Um olhar amplo sobre acessibilidade

Brasil tem 45 milhões de pessoas com deficiência física, mental ou sensorial

“Acessibilidade significa eliminar barreiras e obstáculos, no sentido mais amplo, e deve estar presente no meio físico, digital, no transporte, no mercado de trabalho e na informação”. A fala de Alexandre Munck, superintendente executivo da Fundação Dorina Nowill, que presta assistência para cegos, iniciou o painel “Visão da Acessibilidade” da 2ª. SEPEAG Digital.

Segundo o IBGE, pelo menos 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. O dado é de um levantamento feito em 2019 e revela por que é fundamental pensar em inclusão como caminho para a transformação do país, já que representa quase 25% da população. O Brasil ainda está “engatinhando” no assunto, com boa parte dos centros urbanos adaptando os espaços já existentes para uso acessível. O superintendente da fundação destacou que é preciso iniciar o planejamento das cidades pensando primeiro na acessibilidade: “Se isso for feito depois, vira custo; se for feito no desenvolvimento de um projeto, é um ganho”. Ele também pontuou elementos simples que fazem a diferença para pessoas com deficiência, como rampas de acesso, informações visuais com audiodescrição ou aviso sonoro e, principalmente, uma mudança comportamental: “Para que a gente possa construir uma sociedade mais acessível é preciso debater mais, todos os dias, com toda a sociedade”, pontuou Alexandre Munck.

Acessibilidade e diversidade: inclusão para todos


O painel da 2ª. SEPEAG Digital trouxe aos participantes uma reflexão mais ampla sobre acessibilidade e inclusão, com a apresentação “Autismo no Ciclo da Vida”, do neurologista infantil Dr. Clay Brites. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o Brasil tem dois milhões de pessoas com autismo, só que nem todas têm o diagnóstico – e isso dificulta a ampliação dos conceitos de acessibilidade para portadores do TEA (Transtorno do Espectro Autista). “O conhecimento sobre o assunto precisa ser difundido desde a primeira infância, na escola; até a vida adulta, no mercado de trabalho”, ressaltou o Dr. Clay. Isso porque a funcionalidade da pessoa com autismo está diretamente ligada aos estímulos e processos terapêuticos aplicados ao longo de toda a vida. “Profissões relacionadas com a engenharia ou a tecnologia, por exemplo, exigem hiper foco e esta é uma característica bem forte no TEA”, completou o neurologista.


As palestras de Alexandre Munck e do Dr. Clay Brites reforçaram a importância de falar sobre inclusão sob um viés abrangente de forma mais prática em um país onde a acessibilidade precisa acontecer de forma atitudinal. “Há deficiências de todos os tipos, física, mental, intelectual ou sensorial, temos que buscar esse olhar sempre”, pontuou Munck. Já o Dr. Clay Brites convidou os participantes a compreenderem melhor o universo do autismo, que precisa ser encarado como um aspecto com o qual o indivíduo deve se relacionar ao longo de toda a vida – e, portanto, envolve toda a sociedade. “Trata-se de uma mudança de cultura para implementar em todas as esferas sociais algumas estratégias de manejo comportamental, acessibilidade social e institucional”, concluiu.

Acompanhe a programação pelo canal do Crea-PR no YouTube e um ótimo evento! As inscrições ainda podem ser feitas em sepeag.crea-pr.org.br.

Conteúdo: Básica Comunicações

 

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