O futuro do trabalho e a inovação na ciência e tecnologia
A futurista Rosa Alegria abriu os trabalhos da noite do quarto dia da 2ª SEPEAG DIGITAL focando sua apresentação no tema “Trabalho x Tecnologia 2050”. “Convém mencionar que o futurismo não são adivinhações. Consiste em antever e prospectar as mudanças, criar e influenciar os futuros desejados. “O futuro não é destino; ele deve ser colocado em ação. Não podemos pensar o futuro com atitudes passivas, reativas ou pré-ativas. É necessária uma postura proativa; é aquela que cria, desafiadora e que requer inovação disruptiva e criatividade intensa”.
Rosa Alegria disse que vivemos, nos últimos 25 anos, a era da convergência tecnológica. “Depois de três revoluções industriais e todos os impactos deixados na economia, estamos entrando na quarta revolução com inovações biológicas, tecnológicas, cognitivas e informáticas, como num destino convergente e exponencial capaz de eliminar 50% dos empregos até 2050”, afirmou.
Ressaltou que o “crescimento sem geração de emprego representa a nova ordem econômica. Investir em capital e tecnologia é mais vantajoso do que investir em trabalho humano. Além de atividades físicas, agora também as atividades mentais começam a ser substituídas pela inteligência artificial”.
Segundo ela, é inevitável o aumento a concentração de riqueza, a ampliação da exclusão social, aceleração tecnológica e o desemprego estrutural de longo prazo. “Temos novos potenciais de trabalho que passam pela revolução biológica, o trabalho temporário em rede, as novas economias (criativa, colaborativa, compartilhada, circular), startups, programas de inovação e o big date”.
Sobre as profissões do futuro, Rosa Alegria citou aquelas que nascerão na área da ciência e tecnologia: agriculturista urbano, engenheiros genéticos, gastronomista molecular, arquitetos de realidade aumentada, especialmente em cadeia alimentar, engenheiro de resíduos, fabricante de órgãos humanos, engenheiro de tráfego de drones, consultor de energias alternativas, advogados de leis espaciais e tantas outras.
A futurista ressaltou que o profissional do futuro deve ser inovador, tecnólogo, futurista e humanista. Contudo lembrou que “as inovações mais incríveis do Século 21 não serão pela tecnologia, mas pela expansão do conceito do que é humano”.
Ciência e tecnologia
“O Paraná é o segundo estado brasileiro que mais investe em ciência e tecnologia e valoriza e fomenta a inovação, a produção científica e geração de novos negócios”, disparou o superintendente Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná, Aldo Nelson Bona em sua palestra na 2ª SEPEAG DIGITAL. Descreveu o Sistema Estadual de Ciência e Tecnologia, pontuando que as ações desenvolvidas são conduzidas no conceito do “novo pensar e do novo fazer”, com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento da sociedade paranaense.
Observou que a Secretaria investe no aprimoramento das universidades estaduais por meio de programas e projetos estratégicos de governo e de interesse da sociedade, bem como no fomento das atividades da área de ciência, tecnologia e inovação. E também na formação de massa crítica, hoje são 20 mil doutores, importante para o processo de inovação.
Ao assegurar que a inovação é o indutor de competitividade e do desenvolvimento e da geração de negócios, Bona citou algumas ações articuladas que favorecem a inovação e interação do Sistema de Ciência e Tecnologia com a sociedade. Como o programa PRIME, que tem foco na produtização do resultado de pesquisas acadêmicas com potencial de mercado, gerando riquezas, desenvolvimento econômico e social e que concentra um investimento de R$ 400 mil, e o PROJETEK, projeto de modernização no desenvolvimento de empreendimentos públicos pelas prefeituras no uso da tecnologia BIM, que conta com a integração do CREA-PR.
Ainda destacou o Vale do Genoma. “Um ecossistema de inovação voltado para a pesquisa genética e inteligência artificial, aplicadas à saúde ao agronegócio e ao meio ambiente”, explicou. “Não posso deixar de mencionar as Residências Técnicas, direcionadas a várias áreas: gestão pública, engenharia, gestão ambiental, economia rural e obras públicas entre outras”, frisou Bona.
Ao concluir sua apresentação, o secretário ressaltou alguns desafios que devem ser superados no âmbito da ciência e tecnologia, entre eles: redução de assimetrias regionais no estímulo, produção e acesso à ciência, tecnologia e inovação, desenvolvimento de soluções inovadoras para a inclusão produtiva e social, criação de uma base de dados integrada ao ecossistema de ciência e tecnologia do estado, permitindo a gestão dos ativos tecnológicos e fortalecimento das bases para a promoção do desenvolvimento sustentável (ODS).
O presidente do CREA-PR, Eng. Civil Ricardo Rocha de Oliveira, fez questão de comentar a semelhança da capilaridade diversidade do sistema de ensino superior do Estado, com universidades em todas as regiões, e do CREA-PR com suas entidades de classe e associações dos engenheiros, ambos ajudando no desenvolvimento do Paraná. Elogiou o PROJETEK, afirmando que os reitores das universidades estaduais estão encantados com a proposta do projeto. Rocha de Oliveira aproveitou para anunciar a realização do Fórum de Docentes e Discentes, no final de setembro, reabrindo as atividades presenciais do CREA-PR.
Conteúdo:Básica Comunicações