Engenheiros também precisam ser cientistas de dados

Gil Giardelli traça um panorama da inovação na nova era da Sociedade Global do Conhecimento

“Agora é tempo de pensar o impensável, aprender com o passado, reduzir turbulência, interrogar presente e antecipar o futuro”, declarou o estudioso em inovação e economia digital Gil Giardelli. Ele ainda disse que está começando a era da Sociedade Global do Conhecimento, que traz uma nova forma de pensar e de repensar a humanidade. Tudo isso durante a palestra de encerramento do segundo dia da 1ª SEPEAG-DIGITAL, evento realizado pelo Crea-PR que segue até sexta-feira (13/11).

Em sua apresentação, Giardelli mostrou os novos sinais que impactarão as engenharias como as cidades inteligentes e as fazendas verticais, que exigem dos engenheiros conhecimentos especializados de outras áreas. Também falou também do conceito de Greenovation, que é usar tecnologias verdes para ajudar a ação climática, combater a desigualdade de renda e trazer uma sociedade mais igual provendo a justiça social. “Resumindo, estamos falando da necessidade de um pensamento transdisciplinar para que possamos fazer algo diferenciado, inovador”, frisou. Destacou, ainda, que nunca se precisou de tanto de engenheiros como nessa nova era. “Portanto, os engenheiros devem, também, ser cientistas de dados”.

Alertou que vivemos nesse período uma infodemia, um excesso de informações, algumas precisas e outras não, verdadeiras e falsas, que tornam difícil encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis quando se precisa.

Giardelli disse que o Brasil precisa de um projeto como nação e também entender qual o seu papel no século XXI. “Para prosperar é preciso união de políticas públicas bem feitas, universidades e o Crea-PR está fazendo um ótimo trabalho”.

Sociedade 5.0

Giardelli lembrou que foi Shinzo Abe, então primeiro-ministro japonês, que criou o conceito da Sociedade 5.0. Ele propôs um processo que chamou de tríplice hélice da inovação e criou uma nova era onde todas as novas tecnologias teriam que servir a toda a sociedade. Uma sociedade da imaginação, da ética no centro de tudo, do conhecimento científico muito avançado e a superinteligência. “Estamos vivendo a era da Sociedade Global do Conhecimento, onde todos os seres humanos importam e temos que procurar a inovação para compartilhar com a humanidade”, disse.

AI Economy

Giardelli explicou também como a AI Economy, a Economia da Inteligência Artificial, irá impactar o mundo. “Serão mais empregos com maiores salários, fim da era do petróleo, drone de energia solar, fim da classe média – gig economy (economia sob demanda), saem smartphones entram os humanoides, as empresas que não moverem átomos e só moverem bits terão problemas, o fim do Estado Nação versus ecossistema de inovação”. Para ele, o Brasil precisa pensar nesse conceito.

Para ele, as máquinas possuem o que se chama de aprendizagem rápida. “O que conhecemos como aprendizagem profunda fica com os humanos, que é esse conceito de compreensão, emoção, questionamento, experiências, repertório cultural e imaginação”, afirmou.

Giardelli concluiu sua apresentação citando a afirmação da primeira mulher programadora, Ada Lovelace, ao criar seu programa de computador: “Estou em encantador estado de confusão”. Fez questão também de falar sobre um pensador britânico que disse: “O mapa que não inclua utopia não é digno de consulta”.

Perdeu a palestra? Acesse aqui assista as gravações disponíveis no canal do Crea-PR no YouTube.

Textos e cobertura em tempo real do evento: Básica Comunicações